O GERENTE, O COWBOY E O CALVINISTA
Não obstante às condutas atuais, o autor nos expõe o fato consumado de, no convergente âmbito pessoal/profissional, assumimos “papéis” característicos na sociedade e organização. E com relativa consciência somos os próprios responsáveis por dissipar essa mesma cultura, que engendra a estrutura social que nós próprios edificamos.
Seguimos e fazemos seguir padrões que delimitam o que é permitido, o que não é permitido e ainda o “como vamos nos sentir” com relação aos que não se adequam às regras. Isso é o que permeia nossas relações sociais, onde Glauber Rocha tipifica os papéis em personagens específicas.
O gerente, que considera irrelevantes expressões alheias ao “racional organizacional”, único ambiente por ele compreendido.
Cita ainda os tipos ideais, pessoas que além de representar os ideais e características da cultura dominante, acabam por conservá-la e disseminá-la. São representativos e estabelecem padrões morais à nação. Segundo a pesquisadora Prasad, existem dois tipos ideais: o calvinista e o cowboy. O calvinista, apresentado na figura de Benjamin Franklin, denota ideais de disciplina, ordem, trabalho duro e honesto. Já o cowboy, figurado por John Wayne, representa todo o individualismo, espírito conquistador, agressividade e quiçá empreendedorismo.
ELES E NÓS
Tracemos agora um paralelo comparativo, apresentando traços da cultura norte-americana e a nossa.
Os Estados Unidos constituem-se de uma nação multi-étnica, multicultural, porém unifacetada, onde ainda há predominância protestante, branca e masculina como tipo ideal. As minorias sustentam-se nos guetos, bairros geralmente periféricos que acabam por segregar nichos da população. Os tipos ideais são facilmente identificados e independente da cultura pré-existente, as pessoas facilmente assimilam a idéia de país livre e com oportunidades.
Já no Brasil, nosso histórico de colonização e predominância portuguesa, a nossa miscigenação em si torna nossa identidade mais complexa e há confusão entre os tipos ideais, já que por vezes assumimos o papel de colonizador português e outras vezes sentimo-nos oprimidos, sem direito à voz e com poder limitado, como os indígenas.
Oriundo de nossa colonização, podemos dizer que desses fatos históricos e pressupostos criados conseqüentemente, surge o que podemos chamar de “jeitinho” brasileiro. Ou seja, uma ótica específica de nossa nação, onde nos enxergamos, por exemplo, como uma sociedade miscigenada igualitária, porém facilmente notamos as contradições como distribuição de renda desequilibrada, a Lei que se diz igual para todos, porém o fato do infrator ser bacharel, lhe assegura um tratamento prisional diferenciado, frente a um mesmo crime, praticado por alguém que não alcançou essa graduação.
Mesmo diante desse quadro e com certa dificuldade, identificamos algumas personagens que não figuram como tipos ideais, mas são característicos de nossa nação: o político populista, o militar, o intelectual de esquerda e também a figura de empreendedor urbano.
Não obstante às condutas atuais, o autor nos expõe o fato consumado de, no convergente âmbito pessoal/profissional, assumimos “papéis” característicos na sociedade e organização. E com relativa consciência somos os próprios responsáveis por dissipar essa mesma cultura, que engendra a estrutura social que nós próprios edificamos.
Seguimos e fazemos seguir padrões que delimitam o que é permitido, o que não é permitido e ainda o “como vamos nos sentir” com relação aos que não se adequam às regras. Isso é o que permeia nossas relações sociais, onde Glauber Rocha tipifica os papéis em personagens específicas.
O gerente, que considera irrelevantes expressões alheias ao “racional organizacional”, único ambiente por ele compreendido.
Cita ainda os tipos ideais, pessoas que além de representar os ideais e características da cultura dominante, acabam por conservá-la e disseminá-la. São representativos e estabelecem padrões morais à nação. Segundo a pesquisadora Prasad, existem dois tipos ideais: o calvinista e o cowboy. O calvinista, apresentado na figura de Benjamin Franklin, denota ideais de disciplina, ordem, trabalho duro e honesto. Já o cowboy, figurado por John Wayne, representa todo o individualismo, espírito conquistador, agressividade e quiçá empreendedorismo.
ELES E NÓS
Tracemos agora um paralelo comparativo, apresentando traços da cultura norte-americana e a nossa.
Os Estados Unidos constituem-se de uma nação multi-étnica, multicultural, porém unifacetada, onde ainda há predominância protestante, branca e masculina como tipo ideal. As minorias sustentam-se nos guetos, bairros geralmente periféricos que acabam por segregar nichos da população. Os tipos ideais são facilmente identificados e independente da cultura pré-existente, as pessoas facilmente assimilam a idéia de país livre e com oportunidades.
Já no Brasil, nosso histórico de colonização e predominância portuguesa, a nossa miscigenação em si torna nossa identidade mais complexa e há confusão entre os tipos ideais, já que por vezes assumimos o papel de colonizador português e outras vezes sentimo-nos oprimidos, sem direito à voz e com poder limitado, como os indígenas.
Oriundo de nossa colonização, podemos dizer que desses fatos históricos e pressupostos criados conseqüentemente, surge o que podemos chamar de “jeitinho” brasileiro. Ou seja, uma ótica específica de nossa nação, onde nos enxergamos, por exemplo, como uma sociedade miscigenada igualitária, porém facilmente notamos as contradições como distribuição de renda desequilibrada, a Lei que se diz igual para todos, porém o fato do infrator ser bacharel, lhe assegura um tratamento prisional diferenciado, frente a um mesmo crime, praticado por alguém que não alcançou essa graduação.
Mesmo diante desse quadro e com certa dificuldade, identificamos algumas personagens que não figuram como tipos ideais, mas são característicos de nossa nação: o político populista, o militar, o intelectual de esquerda e também a figura de empreendedor urbano.
Espero que apreciem o artigo/resenha que assino. Este artigo escrevi com base em meu ensaio para o MBA em RH que curso atualmente.
Livre inspiração do Cap. 8 do livro supra.
Atenciosamente, Paulo Ramos.
Brilhante, meu querido irmão!
ResponderExcluirVocê é inteligente e bem articulado... seria um ótimo sociólogo ou filósofo!
Em tempos de "tecnocracia generalista", você se difenrencia dos demais... ótimo profissional e ser humano sensacional!
Parabéns pelo ótimo texto!